Alexandre Cardoso fala da carreira de ator

O ator gaúcho Alexandre Cardoso, de 39 anos, natural de Santa Cruz do Sul, concedeu uma entrevista especial ao **Blog Marcy Saffi Jornalismo e Cultura**. O talentoso ator, depois de fazer uma participação no filme “O Tempo e o Vento”, prepara se agora para o filme “Os Senhores da Guerra”, de Tabajara Ruas, que estreia nos cinemas em 2014. Cardoso fala do início da carreira artística, dos trabalhos na TV, no teatro e no cinema, na preparação dos atores na Casa de Teatro de Porto Alegre, onde trabalha como diretor do Núcleo de TV e Cinema e muito mais.

“Coloquem os olhos nas pessoas e não no status. Não queiram fazer da arte apenas um negócio, um ramo de profissão. A arte te trás luz, ela te leva a compreender o que de melhor há nas pessoas o que de melhor há em nós mesmos”. Alexandre Cardoso

Conte como começou a sua carreira de ator?

    Acho que sempre fui artista. Minha mãe conta que, quando eu era pequeno, no momento que chegava visita eu ia até a sala e cantava trem das onze. Belo dia, eu resolvi fazer uma faculdade. Fazia Jornalismo na UNISINOS e pretendia ser âncora de telejornal, então uma namorada da época me convidou pra fazer uma divulgação na PUC. Achei interessante, pois conheceria muita gente. Depois deste evento o coordenador me convidou para fazer a propaganda dessa feira que iria acontecer na PUC. Gravei e todas as pessoas me diziam: “Você leva jeito, você deveria continuar, etc.” Continuei e estou hoje com 15 anos de carreira, entre trabalhos como ator e formador de atores para TV e CINEMA, na Casa de Teatro de Porto Alegre.

- Fale sobre os seus trabalhos como ator?

    Nestes 15 anos como ator muitos trabalhos bacanas já apareceram pra mim. Posso dizer que sou um ator privilegiado por tudo que aconteceu e acontece na minha carreira de artista. Entre os trabalhos que eu destaco estão, Sete Pecados (RBS), A Ferro e Fogo (RBS), As Férias de Lord Lucas (RBS), Fora do Ar (RBS), A vida de Rafinha Bastos (FX). Já no Teatro destacaria “Bonitinha mais Ordinária”, de (Nelson Rodrigues), “A comedia da Vaidade”, “Mumaqui, o Amor entre a mulher e a máquina”. Em Cinema os últimos são “O tempo e o vento”, com uma participação na fase das missões, e “Os senhores da Guerra”, que será lançado em 2014.

- Qual o trabalho que mais marcou sua carreira?

    Todos os trabalhos marcam de alguma forma. Mas, o que mais me marcou foi o último filme “Os Senhores da Guerra”, pelo trabalho e preparação.

- Desde que inaugurou a Casa de Teatro de Porto Alegre vc trabalha como professor no curso de TV e Cinema? Porque também optou por ser professor de cinema?

    Eu e minha equipe estamos trabalhando no Núcleo de TV e Cinema, da Casa de Teatro desde o início. Os donos Zé Adão Barbosa e Jeffie Lopes, nos convidaram para fazer parte desta família que é a casa de teatro. A arte nos ensina, nos forma. Nós todos crescemos e aprendemos muito a cada ano. A linguagem do cinema é muito semelhante ao processo de teledramaturgia, então uma coisa levou a outra.

- Você também já participou de diversos comerciais de TV. Conte quais foram?

    Os comerciais mais bacanas que fiz foram: Nokia Lumia – Um jantar incrível ; Logan Renaut – Aperto; Mobil – Ganhador; Tintas Renner – Quer apostar ; Planeta Atlântida – Família, entre outros.

- Você acha que realizar comerciais de TV é um complemento da carreira artística?

    Acho que qualquer atividade artística serve pra complementar o trabalho do ator. Todo conhecimento é importante, toda observação é matéria prima pra o processo criativo. Acredito no ator que observa, que vive as experiências de forma completa. O trabalho de publicidade não é diferente.

- O que mais lhe encanta na arte de atuar?

    O que me encanta é o ser, o estar, o escutar, o sentir. O ator é um ser que pode se modificar e se reinventar a cada momento. Nós temos a oportunidade de ler as pessoas sem julgamento e preconceitos. Temos a liberdade de expressar nossos sentimentos e medos. Mais do que atores somos pessoas que se deixam levar pelo instinto. É importante reconhecer o respeito, a força, a fragilidade, a generosidade e o amor.

- Você prefere atuar no teatro, no cinema ou na televisão (seriados, novelas, etc)? Porque?

    Atualmente trabalho mais no cinema e TV. Mas tenho um amor muito especial pelo teatro. Todo ator deve passar pelo teatro, se alimentar, se nutrir por essa arte que encanta as pessoas.

- Você acha que o Rio Grande do Sul é um Estado que proporciona um futuro promissor para os atores que moram aqui?

    Acho que este mercado já foi pequeno. Hoje os atores tem muitas opções para começar a sua história. Curtas universitários, cinema independente, Histórias Curtas, entre outras possibilidades.

- Você é um experiente ator e está formando milhares de pessoas para seguir a carreira artística. Se pudesse deixar uma dica para os novos e futuros estreantes dos palcos e das telinhas, qual seria?

    Coloquem os olhos nas pessoas e não no status. Não queiram fazer da arte apenas um negócio, um ramo de profissão. A arte te trás luz, ela te leva a compreender o que de melhor há nas pessoas o que de melhor há em nós mesmos.

- Para finalizar, defina em uma palavra a profissão de ator.

    Transformador!