Luana Piovani fala sobre musical que estrela em Porto Alegre

Apesar de atuar bastante no cinema e na TV, a atriz Luana Piovani revela que o que mais gosta de fazer é teatro. A atriz chega a Porto Alegre com seu musical infantil “Mania de Explicação”, com canções de Raul Seixas, direção, cenário, figurinos de Gabriel Villela, neste sábado e domingo, às 17h, no Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n). 

Inspirado no livro homônimo de Adriana Falcão, a montagem tem roteiro da autora e do filósofo Luiz Guilherme Lins. No texto de Adriana, a personagem Isabel (Luana), de 12 anos, tem mania de desconstruir o significado de palavras e reconstruí-las ao seu modo: “Solidão é uma ilha com saudade de barco” ou “Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra”. No elenco também estão Beth Lamas, Luiz Araújo, Janaína Azevedo e Diogo Almeida. 


Veja a entrevista que Piovani concedeu ao Caderno de Sábado, do Jornal Correio do Povo. Luana fala sobre o espetáculo, carreira e gravidez. 

CS — O norueguês Jostein Gaarder já disse que a curiosidade dos filósofos e crianças se assemelha. Quais as tuas intenções com este musical? 


Luana — Queria montar este livro da Adriana Falcão, a nossa Manoel de Barros de saias, utilizando as palavras deliciosas e doces da recriação de Isabel e então o Luiz Lins preencheu lacunas com a filosofia. A gente não pode subestimar a criança. O teatro é o que mais gosto de fazer e foquei no infantil para oferecer conteúdo às crianças, fazer este mundo mais bacana. Nós já estamos perdidos, mas elas ainda podem mudar muita coisa. Estou fazendo minha parte nesta vida. 


CS — E depois de “O Soldado e a Bailarina”, você volta a trabalhar com Gabriel Villela. Como é esta química? 


L — Ele é um gênio. A química é uma coisa que não se explica. Ele trouxe as canções do Raul Seixas, sabia quais se adequavam a cada momento. Concebeu o visagismo, figurinos, cenário, que é um quarto que recria o antigo. Ele cria o objeto lúdico e faz com que o musical brilhe. 

CS — E essa sua fama de ser sincera demais, faca na bota, como dizem de nós, os gaúchos, procede? 

— Esta sou eu. Fui criada por uma mulher que questionava o que estava errado. Se um produto no mercado estava estragado, ela falava. Era uma mulher independente e carinhosa. Veio no meu DNA. Isso me ajudou na hora de me posicionar profissionalmente. Que ninguém me venha com ideias prontas e cartilhas. Eu ganhava uniformes escolares de primos, nunca fui a teatro infantil quando criança em Jaboticabal (SP), mas era arteira e fui muito ao circo e ria muito de palhaços e do equilibrista caindo. Agradeço a este esforço dos meus pais para que eu fosse verdadeira e brigasse pelo justo. 


CS — Por falar em infância, a maternidade te pegou duplamente. Fale desta gravidez de gêmeos, já no terceiro mês. 


— É um pouco assustador. Como boa virginiana, sou pragmática e quero explicação para tudo, mas ovulei duas vezes, mesmo sem ter precedente na família. Eu tinha o ano todo programado, ia passar uma temporada na Califórnia. Agora estamos trocando de carro, casa, o filho de escola. Não deixo de olhar para os céus e agradecer. Estou lendo muito sobre o assunto e já sei que é importante deixá-los juntos no berço nos primeiros meses.

(Entrevista concedida pela atriz ao Jornal Correio do Povo)